8.10.10

O Quadro

-Façam as pazes com o quadro,
não era ele que vos castigava, que
vos batia ou vos dizia
palavras inadequadas.

X+X+X+X+X+X+X+


Há quem não goste de mim
Porque sou escuro, sou feio
Mas eu não me vou zangar
Só sendo eu desta cor
O giz em mim vai brilhar
Escrito em mim
P'las suas mãos pequeninas
E com giz de várias cores
Aprendem a desenhar
Primeiro as pequenas vogais
Depois as consoantes, já maiores
Como por magia vão juntar-se
E nascem as palavras
Que contam imensas histórias
Coisas de fazer pasmar
Ensinam lindos poemas
E cantigas de embalar
Os números tornam-se contas
Difíceis, de multiplicar
As letras textos sem fim
Fazem livros de encantar
Os riscos, belos desenhos
Quadros cheios de vida e cor
Foi difícil para alguns
Que chegaram a chorar
Mas tudo terminou bem
E o meu coração de ardósia
Fica numa excitação
Pois ajudados por mim
As minhas lindas crianças
Aprenderam a lição

2 comentários:

Joaquim disse...

Belo poema, Mara!

Tens razão quando pedes para se fazerem as "pazes" com o Quadro.

Realmente, as situações caricatas,
que a maioria de nós passou junto dele, nada têm a ver e, sem o que nele aprendemos, não estaríamos hoje, escrevendo, lendo e comentando....porque...

Para nossa educação
Naquela ardósia escreviamos
Com muita atenção
Aquilo que aprendiamos....

Viva o velho Quadro!

mara disse...

Sem ele teria sido pior, obrigada.
Mara